segunda-feira, 5 de agosto de 2019

História do Jabaquara - Formação do Bairro




Jabaquara(1972)
Até o final da década 20 toda a área hoje correspondente à Subprefeitura do Jabaquara,era escassamente povoada e apresentava características marcadamente rurais.
Apenas chácaras esparsas se destacavam em meio a extensas superfícies não ocupadas.
O “Caminho do Carro”, antiga via de ligação entre São Paulo e Santo Amaro, aberta durante o período colonial para permitir q tráfego de veículos de tração animal, atravessava a região do Jabaquara.
Com início no bairro da Liberdade, seu traçado coincidia com o das atuais avenidas Vergueiro,Domingos de Morais e Jabaquara, cruzando em seguida, os terrenos onde hoje se localiza o Aeroporto, atingindo Santo Amaro após atravessar os atuais Campo Belo e Brooklin.

Entre 1886 e 1913 circularam os trens a vapor de uma pequena ferrovia que ligava Vila Mariana a Santo Amaro, e cujos trilhos foram implantados sobre o leito do antigo Caminho do Carro.
O modesto núcleo de moradias que se estabelecera em suas proximidades, em função de uma capela erguida em homenagem a Santa Catarina, não foi capaz de ‘desempenhar’ o papel de pólo aglutinador do povoamento na região. Permaneceu isolado, sobretudo após a desativação da linha férrea.
 E a linha de bondes elétricos implantada pela Light and Power Co. em 1906 passava ao largo da região, pois seguia mais a oeste, num trajeto em linha reta que ia desde a rua Tutóia, na Vila Mariana, até o centro de Santo Amaro.
A posterior linha Jabaquara, que à época de sua inauguração avançava além dos limites da zona urbanizada, apenas tangenciava a atual Subprefeitura-JA.

Podem ser considerados marcos iniciais do processo de ocupação urbana na região a abertura, em 1928, da auto-estrada Washington Luiz, ligando Vila Mariana aos loteamentos suburbanos localizados às margens das represas, bem como a instalação do aeroporto de Congonhas em 1936.
A valorização do preço da terra propiciada por estes melhoramentos incentivou a abertura de loteamentos (Jardim Aeroporto, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Parque Jabaquara), que permaneceram, no entanto, praticamente desocupados ou apenas formando núcleos isolados até os anos 50.
E bairros, que se localizam ao redor do aeroporto de Congonhas, estruturaram - se a partir de então, como zonas residenciais de classe média.

A ocupação das áreas situadas mais ao sul (ainda que alguns arruamentos datem da década de 40), ocorreu com maior intensidade a partir dos anos 60, quando a região do ABC transformou-se no principal pólo industrial da metrópole.
O Jabaquara tornou-se zona de passagem para inúmeras linhas de ônibus que passaram a fazer a ligação entre aquela zona industrial e os bairros mais centrais da cidade. O processo de ocupação então desencadeado, já sobre o cenário de formação da faixa periférica de São Paulo, caracterizou-se pelos precários padrões de urbanização. Bairros como Cidade Vargas, Vila do Encontro, Vila Fachini, Vila Campestre e Americanópolis passaram a ser ocupados por uma população de recursos modestos, que na maioria das vezes, valeu-se do sistema de autoconstrução para erguer suas moradias em lotes de pequenas dimensões.
A precariedade do padrão urbanístico nessa área é marcante, sobretudo nas encostas de declividade acentuada e nos fundos de vale, geralmente ocupados por favelas.

Uma área considerável do distrito do Jabaquara foi afetada, a partir da década de 1970, por significativas transformações no uso e ocupação do solo, em decorrência da implantação da linha norte-sul do metrô. São duas as estações na área em foco: Conceição e a estação terminal do Jabaquara, interligada a um terminal rodoviário.
A valorização imobiliária ocorrida ao longo da linha do metrô e no entorno das estações levou a um verdadeiro processo de reorganização urbana.
A verticalização de zonas residenciais como Vila Guarani, ocasionou o adensamento de sua ocupação, bem como a alteração de seu perfil sócio-econômico, como conseqüência da expulsão dos antigos moradores e de sua substituição por segmentos de renda mais elevada.
Estruturaram-se ao redor das duas estações, nas imediações da avenida Eng. Armando de Arruda Pereira, zonas típicas de comércio e serviços, ocupadas por edificações de grande porte.

O tradicional comércio varejista de bairro, que atende a uma clientela de âmbito local, concentra-se ao longo de algumas vias da região. Além da já citada avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, apresentam uso comercial mais intenso a avenida Santa Catarina, a avenida Eng. George Corbisier ,a avenida Pedro Bueno e rua Tamoios, estas duas últimas sediando serviços relacionados à presença do aeroporto.
 Vale ressaltar, por outro lado, que não é desprezível a presença de estabelecimentos da indústria de transformação no distrito do Jabaquara, onde se localizam cerca de 320 estabelecimentos industriais, espacialmente dispersos.
 Ainda que 95% deles seja classificado, como de pequeno porte (possuem de 5 a 99 empregados), oferecem em seu conjunto cerca de 10.700 postos de trabalho.
Esses números correspondem a 2,0% do total de estabelecimentos industriais de transformação existentes no Município e a 1,2% do total de postos de trabalho oferecidos no setor.
Apenas a título de comparação, no distrito municipal de Santo Amaro, um dos mais industrializados da cidade, encontram-se 2,9% dos estabelecimentos industriais do Município e 6,5% dos postos de trabalho no setor (ali, fica evidente, têm maior peso os estabelecimentos de médio e grande porte). Dada a ausência de glebas que permitam a instalação de indústrias de maior porte e à inexistência de zonas de uso predominantemente industrial (Z-6).

Quanto à cobertura proporcionada pelas redes de infraestrutura urbana (dados relativos a 1990, provenientes das fontes: Sabesp. SVP/Ilume, SF e Sempla, a região administrativa do Jabaquara pode ser considerada bem atendida, quer pelos serviços de água encanada que cobrem 100% das vias públicas, quer pelo de esgotos, que atinge 90% das vias no distrito do Jabaquara e 95% no de Campo Belo-b. Percentuais semelhantes são observados quanto às vias servidas por iluminação pública (95% no Jabaquara, 97% em Campo Belo-b) e por pavimentação (90% no Jabaquara, 95% em Campo Belo).

fonte:www.geocities.com/jabaquaralivre/
fonte da foto:http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/img/1970/jabaquara-1972_grande.jpg




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